Catarina

Senti o sopro
da vida que vinga
no choro forte de Catarina

Vi o retrato estampado
da felicidade
no berçário da maternidade
                                                                                                             
Tão singela
bela e perfeitinha
é minha netinha


Rostinho rosado
bracinhos
e perninhas que mexem sem parar

Agora resta saber
com quem parece
essa bebê?

Com a vovó é claro!

(Delma Teixeira)

Mais uma vez pude perceber a magia e o encanto de ser mãe no semblante sereno da minha filha.

O vacilo



Eu vi um burro de longe
comendo capim no mato
quando mais perto cheguei...
veja o que constatei:
ele comia um saco verde de plástico
Com o coração doído pensei:
que vacilo desse burro!
A fome o conduziu...
pela cor do invólucro
ou será pelo cheiro do seu conteúdo?


Mas o vacilo maior foi de quem, 
mais burro do que o burro,
deixou o saco sujo no mato
sem pensar nas consequências
da distração desse ato

                                            (Delma Teixeira)

Obs: Caso verídico.

TOQUE FEMININO

De gole em gole
embebedou-se devagarzinho
Em cima do salto
subiu no palco aos tropeços...

Que celebridade!
Um desfile cheio de arrogância
na passarela da ostentação
O elogio é seu prato preferido

Sem perceber
caiu na armadilha
Agora vive enclausurada
no labirinto estreito da superioridade

e sofre a desilusão
de que nem tudo
corre no seu tempo

Mas                              
como tudo na vida 
se na medida certa
tem seu lado positivo

De sombra nos olhos
e batom nos lábios 
a vaidade é um pecado
que embeleza o mundo

                               (Delma Teixeira)